quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Os 7 experimentos mais longos da história!

Quando físicos da Faculdade Trinity, em Dublin, iniciaram um experimento sobre viscosidade em 1944, Franklin D. Roosevelt ainda era presidente dos EUA, a Segunda Guerra Mundial ainda estava em pleno andamento e o filme Meet Me in St Louis estava fazendo sucesso em todo o mundo.


Setenta anos depois, um dos mais longos experimentos científicos da história finalmente teve um desfecho: uma câmera capturou o momento em que uma gota de piche caiu de um funil para dentro de uma jarra de vidro. Pela primeira vez!

O piche tinha sido colocado no funil pelos físicos em 1944 para demonstrar que o piche, um material negro, a base de carbono que passaria fácil por asfalto ou betumem, não era um sólido, mas sim um líquido que se movia de forma muito, muito lenta em temperatura ambiente. 

Embora as gotas tenham se formado com o tempo, elas nunca foram gravadas anteriormente, o que certamente provaria que o piche seria realmente um líquido viscoso. Um experimento similar conduzido por físicos de Queensland, Australia, durante os últimos 86 anos, também apresentou estas formações esporádicas de gotas, mas a sua queda nunca tinha sido capturada em vídeo.


O experimento de viscosidade com piche, um dos experimentos mais antigos em andamento.


É aí que entra o físico Shane Bergin, da Faculdade Trinity. Em Abril de 2013, ele decidiu instalar uma webcam para filmar o piche. Ele então esperou. E esperou. E esperou mais ainda. Finalmente, no dia 11 de Julho, ele conseguiu ver uma gota de piche cair do funil onde estava armazenado.

"Meu primeiro pensamento foi: 'espero que a câmera esteja funcionando!'", ele disse. "Meu segundo pensamento foi: 'espero que a câmera esteja gravando!'. E estava. E então quando eu vi o vídeo, eu fiquei admirado. Eu sabia que era um fenômeno que ninguém tinha visto antes."

Bergin disse que o longo experimento com piche da Trinity conseguiu o que há de melhor na ciência.

"Havia tanta gente passando por aqui e perguntando: 'quando você acha que irá cair?'", ele disse. "Nós estavamos apostando, de modo divertido, em quando a gota iria realmente cair, e isto motivou as pessoas a pensarem e falaram mais sobre ciência."

Acredite ou não, o experimento com piche conduzido na Irlanda e na Australia é, na verdade, um dos mais novos dos mais velhos experimentos em andamento pelo mundo a fora. Abaixo, detalhamos mais algumas destas pesquisas-que-nunca-acabam (e algumas curiosidades científicas) em andamento.




A Bateria mais Durável do Mundo

Desde 1840, um sino elétrico experimental vem soando continuamente no saguão do Laboratório Clarendon, na Universidade de Oxford. Chamado de "Pilha Seca de Clarendon", o dispositivo é feito de duas "pilhas secas" voltaicas, conectadas por uma camada isolante de enxofre; as pilhas são conectadas, sucessivamente, a dois sinos. O livro Guiness Book considerou o aparelho como "a bateria com maior duração do mundo". Algum dia, porém, o sino irá parar de soar quando seu badalo quebrar ou sua energia eletromagnética se esgotar.

O Relógio de Beverly

Departamentos de física parecem ser o lugar para se encontrar muitos experimentos infinitos, e o Relógio de Beverly não é nenhuma exceção. Pendurado no saguão da Universidade de Otago, em Dunedin, Nova Zelândia, o relógio atmosférico não sofre influência humana desde 1864 mas ainda assim continua a funcionar. (Embora ele tenha parado ocasionalmente, incluindo uma vez quando o departamento de física mudou de lugar).

Monitorando  o Vulcão Vesuvius

Como você monitora um gigante dormindo? Cuidadosamente, e com muitos dados sobre atividades sísmicas. Isto é o que funcionários do Observatório Vesuvius vêm medindo desde 1841, de modo a prever futuras erupções. As instalações de monitoramento costumavam ser ao lado do próprio vulcão, mas foram movidas para Nápoles em 1970. Nesta instalação, cientistas monitoram diversos vulcões, tentando descobrir quando poderão entrar em erupção novamente.

O Experimento de Germinação de William James Beal

Em 1879, o pesquisador botânico William James Beal encheu 20 garrafas com uma mistura de areia e sementes, de uma variedade de plantas. Então ele enterrou as garrafas com a abertura para baixo de forma a evitar que a água atingisse a mistura.

Qual o sentido do experimento de Beal? Ele queria descobrir se as sementes iriam brotar após um longo período de "dormência". De início, a cada 5 anos (porém agora são 20 anos), um dos recipientes era desenterrado pelos pesquisadores e as sementes eram plantadas para ver quais brotariam. Em 2000, duas das 21 espécies de plantas diferentes brotaram.

A próxima garrafa será aberta em 2020 e espera-se que a última seja aberta em 2100.

O Velho Revezamento do Cotton

Desde 1896, cientistas da Universidade Auburn, Alabama, vêm conduzindo um experimento de fertilidade do solo em um hectare de terra logo ao sul do campus. Listado no "Registro Nacional de Lugares Históricos" dos EUA, "O Velho Revezamento", como ficou conhecido, foi o primeiro a mostrar que o Cotton, plantado de forma alternada a uma variedade de legumes, poderia manter uma plantação de Cotton infinitamente.

O Estudo do Coração de Framingham

Por mais de 65 anos, milhares de homens e mulheres entre as idades de 30 e 62 anos da cidade de Framingham, EUA, foram monitorados por pesquisadores do "Instituto Nacional do Coração, Pulmões e Sangue" e da Universidade de Boston para determinar fatores de risco em doenças cardíacas. O monitoramento continuo de três gerações de participantes ajudou os pesquisadores a identificar os maiores fatores de risco nas doenças cardiovasculares.

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